Muito interessante para pensar os caminhos da América:
Este blog tem por objetivo promover a interação entre os alunos do Seminário Avançado "O pensamento ameríndio e popular em Rodolfo Kusch: contribuições para a Educação" do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFRGS.
quarta-feira, 20 de julho de 2011
Primeiro índio Yanomami passa para cursar Direito sem cotas
Anselmo Yanomami disputou vagas em igualdade com os demais vestibulandos da Cathedral
NEIDIANA OLIVEIRA
neidiana@folhabv.com.br
NEIDIANA OLIVEIRA
neidiana@folhabv.com.br
Valorização e estímulo ao povo indígena. Essa frase resume o sentimento de felicidade e conquista de Anselmo Yanomami, 26, primeiro integrante da comunidade indígena Yanomami de Roraima a ingressar em uma faculdade de Direito no Brasil, sem a ajuda da política de cotas raciais.
Marcado como um fato histórico para o Estado, para o povo yanomami e para a instituição, Anselmo foi aprovado no vestibular 2011.2 da Faculdade Cathedral para o curso de Direito, com duração de cinco anos.
“Me sinto privilegiado e muito feliz por essa oportunidade, pois não significa apenas passar no vestibular, mas vencer um desafio, já que é a primeira vez que um Yanomami cursará faculdade de Direito no país”, disse.
Anselmo contou que desde 2001, quando ingressou no Magistério Yarapiari , desenvolvido pela CCPY/ISA na Universidade Federal de Roraima (UFRR), sentiu o desejo de fazer Direito e se tornar um profissional da área de advocacia.
“Em meio a lutas e dificuldades, consegui dar o primeiro passo, que foi passar no vestibular. Agora minha expectativa é me esforçar bastante para alcançar meu objetivo final, que é ser um advogado reconhecido no país”, enfatizou.
Para Anselmo, essa foi uma porta importante que se abriu para oferecer mais oportunidade aos indígenas. Ele lembrou que tentou por duas vezes o vestibular na UFRR, mas não conseguiu devido à concorrência.
“Como há a política de cotas, então são oferecidas penas cinco vagas para aproximadamente 130 indígenas. Isso dificultou a realização desse sonho, mas a partir de agora vou mostrar a capacidade e a força de vontade que o povo indígena tem”, afirmou.
Anselmo acrescentou que, entre os seus interesses profissionais, se destaca o de mostrar para os outros jovens indígenas a importância do conhecimento do mundo não indígena, visando assim manter um diálogo nítido e acessível entre os povos índios e brancos.
UM INCENTIVO AO POVO YANOMAMI DE RORAIMA
O professor e procurador de justiça, Edson Damas, um dos incentivadores de Anselmo, informou que esse é um motivo de felicidade para todas as partes envolvidas, mas dando enfoque ao povo Yanomami.
“Esse momento já faz parte da história de Roraima e do Brasil, principalmente por ser o primeiro yanomami a cursar Direito no país, sendo em uma faculdade normal, que não tem o Núcleo Insikiran e nem política de cotas, disputando vaga igualmente com qualquer outro cidadão comum. Isso valoriza ainda mais essa conquista do povo indígena”, comentou.
Damas lembrou da valorização da unidade de ensino para com o povo indígena, já que disponibiliza bolsa de estudo integral para os alunos dessas comunidades. “Indígena não é menos inteligente ou menos competente que o não indígena, a questão são habilidades diferenciadas. Anselmo pode provar isso”, disse.
É um reconhecimento à sociodiversidade, que significa a existência simultânea de grupos humanos de raças distintas predominantes em um lugar. E Roraima possui a maior população indígena do Brasil.
“A pretensão da instituição é trabalhar um convênio com a Hutukara, que é a associação Yanomami e Yekuana, visando proporcionar um maior número de vagas aos indígenas que queiram cursar nível superior”, informou Damas.
FACULDADE TRABALHA O SOCIAL E O
PROFISSIONAL JUNTO AOS INDÍGENAS
O diretor presidente da Faculdade Cathedral, Haroldo Campos, salientou que instituição é pioneira na formação de pessoas indígena. “Desde 2003 abrimos o convênio oferecendo bolsa integral aos estudantes indígenas, porém todos os candidatos devem fazer regularmente o vestibular, seguindo o critério igualitário de avaliação, sem a política de cotas”, esclareceu.
Campos lembrou que há dois anos, quando o secretário do Ministério da Educação (MEC) veio a uma reunião com as comunidades indígenas na UFRR, anunciou que a Universidade de Brasília (UnB) estaria abrindo três vagas para indígenas.
“Nessa ocasião, a Faculdade Cathedral já tinha formado mais de dez indígenas e estávamos com outros em processo de formação. Hoje podemos afirmar que cerca de 43 indígenas - agora com Anselmo 44 - passaram ou estão estudando em nossa instituição”, declarou.
O diretor comentou que a unidade de ensino trabalha com uma equipe de professores doutores que acompanha o desenvolvimento dos alunos indígenas dentro da faculdade. Além disso, há um acompanhamento junto à língua portuguesa, que é uma das dificuldades.
“A finalidade é verificar como vai ser o desempenho, o grau de conhecimento e as dificuldades dos alunos, para assim ajudar esses estudantes. Com relação à língua portuguesa, eles conseguem assimilar rapidamente”, observou.
Questionado sobre a evasão escolar, Campos afirmou que no meio dos alunos indígenas o índice é proporcional ao dos alunos brancos. “Dos 43 indígenas alunos da instituição, 21 já graduaram e o restante ainda está estudando. Então a média de evasão é quase que comparado aos demais alunos, tendo em torno de 20% a 25%”, informou.
Para Campos, a inclusão é uma iniciativa que faz parte de um trabalho social desenvolvido pela Faculdade Cathedral. “Realizamos junto aos órgãos indígenas do Estado um trabalho que abrange não somente o social desse povo, mas também o profissional”, destacou.
(Notícia enviada por Maria Celina Assis)
sábado, 16 de julho de 2011
Sites importantes
Aí vão alguns links importantes:
http://www.pensamientonacional.com.ar/docs.php?idpg=buela/0051_gunter_rodolfo_kusch.html (cita obras de outros autores sobre kusch, no final)
http://www.ucb.edu.bo/aymara/index.php?title=Anchanchu (dicionario aymara)
http://cantonuevodelos70.blogspot.com/2008/12/anastasio-quiroga-el-arte-silvestre-de.html
http://www.youtube.com/watch?v=lWf1Df-ReKk - quiroga imita o canto dos pássaros /pequena biografia
E segue abaixo o vídeo "Anastasio Quiroga, pajaros de la quebrada de Humahuaca":
http://www.youtube.com/watch?v=lWf1Df-ReKk&feature=player_embedded
http://www.pensamientonacional.com.ar/docs.php?idpg=buela/0051_gunter_rodolfo_kusch.html (cita obras de outros autores sobre kusch, no final)
http://www.ucb.edu.bo/aymara/index.php?title=Anchanchu (dicionario aymara)
http://cantonuevodelos70.blogspot.com/2008/12/anastasio-quiroga-el-arte-silvestre-de.html
http://www.youtube.com/watch?v=lWf1Df-ReKk - quiroga imita o canto dos pássaros /pequena biografia
E segue abaixo o vídeo "Anastasio Quiroga, pajaros de la quebrada de Humahuaca":
http://www.youtube.com/watch?v=lWf1Df-ReKk&feature=player_embedded
segunda-feira, 27 de junho de 2011
domingo, 19 de junho de 2011
Visita especial em nossa aula
Na última aula do Seminário tivemos a honra de receber Lucas Paniz e Pedro Erê, que fazem parte da banda Apóstrofe. Lucas apresentou seu trabalho de mestrado que trata das relações da música com a Geografia, especialmente considerando o espaço platino. Após, os músicos fizeram um show especial para a turma. Confira a foto:
Confira duas músicas, nos vídeos abaixo:
domingo, 5 de junho de 2011
¿Que es eso de identidad cultural?
"Reflexiones sobre el pensamiento de Guillermo Magrassi, por José María Lorenzo, apresenta uma série de reportagens publicadas na revista argentina Paralelo 36 .
Guillermo Emilio Magrassi (1936-1989):Sociólogo y antropólogo argentino.
Realizó estudios de especialización en ciencias políticas, psicología social,
arqueología y museología en Argentina, México y Estados Unidos.
( http://www.museomagrassi.org.ar)
"El país, al igual que la nación, sigue fragmentado. Somos como un archipiélago de islas
separadas, vertical y horizontalmente, social y culturalmente. No basta siquiera con que
podamos llegar a reconocer nuestra plurietnicidad, ni que lleguemos a encontrar en
nuestra realidad pluricultural un motivo más o menos fundamental para ser pluralistas.
Somos dependientes, periféricos, sobre todo culturalmente y porque no nos conocemos."
Guillermo Magrassi 1985
primera parte
http://www.revistaparalelo36.com.ar/?p=174
secunda
http://www.revistaparalelo36.com.ar/?p=243
tercera
http://www.revistaparalelo36.com.ar/?p=313
cuarta
http://www.revistaparalelo36.com.ar/?p=370
quinta
http://www.revistaparalelo36.com.ar/?p=426
sexta
http://www.revistaparalelo36.com.ar/?p=476
septima
http://www.revistaparalelo36.com.ar/?p=533
octava parte
http://www.revistaparalelo36.com.ar/?p=582
Alguns sites para visitar
Uvla – universidad virtual latinoamericana
Coletivo de Ccultura Popular
blog que contem uma matéria sobre os treinta años de la Filosofía Latinoamericana, y también de la Filosofía y la Teología de la Liberación.
Neste site da revista inglesa radical philosophy o anuncio da
publicação do KUSCH em inglês em 2010 :
Cronograma da disciplina
UFRGS - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
Oferta Curricular 2011/1
Linha de pesquisa: Políticas e Gestão de Processos Educacionais
Seminário Avançado – O pensamento ameríndio e popular em Rodolfo Kusch: contribuições para a Educação.
Professoras Responsáveis: Maria Aparecida Bergamaschi e Simone Valdete dos Santos.
Professora Convidada: Rosemary MadeiraHorário: Sextas-feiras 8h30min às 17h
01/04/2011; 15/04/2011; 20/05/2011; 17/06/2011; 15/7/2011.
Número de vagas na disciplina: 20 vagas para alunos regulares e 10 vagas para alunos PEC.
Carga-horária:
45 horas
Créditos:
03
Súmula/ementa:
Estudo e reflexão do pensamento ameríndio e popular na perspectiva de Rodolfo Kusch, principalmente relacionado à Educação escolarizada dos setores populares e povos indígenas.Objetivos:
- compreender o estar americano no pensamento de Kusch;
- identificar uma continuidade do estar americano desde a ancestralidade ameríndia;
- significar a base conceitual do pensamento de Kusch para Educação.Programa (conteúdo):
- Apresentação do filósofo argentino nascido em 1922 e falecido em 1979;
- Leitura e discussão das seguintes obras do autor: La seducción de La Barbarie; America Profunda; El pensamiento indígena y popular en América; Charlas para vivir en America; La Negación en el Pensamiento Popular; Método de trabalho (principais atividades):
Leituras, debates, reflexões. (Leitura em espanhol)Procedimentos e/ou critérios de avaliação:
Realização das leituras; freqüência às aulas e participação nos espaços virtuais; elaboração de artigo que contemple os conceitos de Rodolfo Kusch relacionado ao seu projeto de pesquisa na área da Educação. Bibliografia
KUSCH, Rodolfo. Obras Completas – Tomo I e II. Argentina, Rosário: Editorial Fundación Ross, 2000.
La sedución de La barbárie. Tomo I, p. 1-131.
America Profunda. Tomo II, p. 1-254.
El pensamiento indígena y popular en América. Tomo II, p. 255-546.
Charlas para vivir en America. Tomo I, 465-609
La negación en el pensamiento popular: Tomo II, p. 567-698. KUSCH, Rodolfo. América Profunda - Exórdio
KUSCH, Rodolfo. América Profunda - Exórdio
· Continuidade do passado americano no presente
· A crença num pensamento indígena – pensamento como pura intuição
· Uma disposição para o mundo: estar indígena como pura contemplação
· Fagocitação – produzido no encontro do estar indígena e o ser europeu
Introdução à América
O incômodo do encontro com o indígena ] mesmo protegido no interior da igreja, o desconforto pelo encontro com o outro. Cuzco = lugar que faz emergir esse sentimento de um mundo adverso, cujo remédio é a limpeza (da cidade) que contrasta com o fedor indígena.
Fedor ] sentimento diante do índio, diante da América, diante do passado. Emoção que não queremos entender. Limpeza = classe média, cidade; Fedor = sujeira tácita do americano.
Governantes tentam implantar a limpeza, cidades planejadas, sistemas de educação, sinônimos de uma forma européia de vida e opostas ao fedor americano, este evidenciado em Tupac Amaru , Perón...
Mas o que aconteceria que fosse levando em conta a realidade americana, sua economia, e sua cultura? Olhar o indígena faz aflorar o medo, um medo antigo, medo de assumir a ambigüidade que sentimos e vivemos, entre a limpeza (branca, acadêmica) e o fedor (das ruas, dos índios, dos negros, do popular). Medo das crenças e, principalmente das emoções que estão dentro de nós, abafadas pelo predomínio da razão.
Medo de cair preso pelo americano que crê na ira divina, que se guia pela emoção messiânica. A ira que se funde com a natureza e aí encontra o equilíbrio entre a vida e a morte ]daí a mística, que confere sentido ao viver. “O milagre consiste em converter a violência exterior em um caminho interior” (p.17). E para não ver e sentir a ira a estratégia de esconder-se sob o signo na limpeza, do progresso, da razão.
Fagocitação ] absorção das limpas coisas do ocidente pelas coisas da América. É nessa fagocitação que se expressa toda a sabedoria da América, já que não existe nada puro.
Livro I – A ira divina ]é a história do ponto de vista do indígena.
O mito do deus Viracocha. Do encontro do Yamqui com o padre Ávila nasce uma crônica que evidencia a atitude indígena frente ao seu passado, passado que reflete seu pensamento, sua filosofia ]situada e expressa entre o medo da inquisição e a convicção nos antepassados. Os escritos do yamque revelam um jogo entre homem e natureza.
Crenças que partem da pergunta: deus, onde estás? que o padre confunde com o catolicismo, mas que é um jeito sutil de continuar com suas crenças, mesmo “apertado” pela pregação cristã.
Os cinco signos de Viracocha: mestre ]que ensina na difícil relação com as adversidades do mundo; riqueza ]para alimentar o mundo . A ambígua relação entre deus e o mundo. Tunupa ]um deus menos divino e mais mundano, reflete a vinculação concreta com o mundo; Dualidade ]homem mulher, autofecundação, semente; circulo ] criador fundamental, regulador do cosmos. Criar o mundo significa dar-lhe sentido = o mundo existe como caos, a ordem é o sentido, necessidade humana.
A marcha de deus sobre o mundo ] sentido ao mundo, criação, ordem. A idéia de pureza contaminada com a feia e amarga índole do mundo = turbilhão, desordem. Mundo ] ansiedade pela colheita, medo do granizo, do rio que arrasa, do monte que desaba. Mundo ] indeterminação, incerteza.
Fé ]diante das manifestações do mundo, diante do livre jogo das forças, diante da ira divina. Fé que possibilita a conciliação. O índio sente medo, deixa aparecer seu medo, imerso em seu mundo de angústia, sem uma estrutura criada para distraí-lo. Dispõe-se ao mundo e sua ira, a sua incerteza e indeterminação. (O ocidental criou a cidade - limpa, ordenada, alinhada - para distrair-se diante da angústia da morte).
ORDEM (de deus) CAOS (do mundo) ]opostos originais; enfrentamento com o caos produz o movimento; fome – saciedade. O bem e o mal andam juntos (dualidade, ambigüidade). O mundo é pura casualidade. Cruz ] ordem cósmica pré-colombiana.
O mundo (céu e terra) ]o segredo do cosmos é a dualidade. A ordem da vida (macho e fêmea) e o mundo de cima (ordem) e o mundo de baixo (a terra, este solo). Céu e terra, esta mais contaminada pelo caos. Os heróis gêmeos – seus rastros, já que se transformaram em sol e lua – significa a abundância de todas as coisas. Significa também plantar – as atividades agrárias.
Os quatro elementos (fogo e terra) ligados ao herói solar e (água e ar) ligados ao herói lunar. Com esse quatro elementos se conjurava o caos que, de elemento inútil, era transformado em útil (p. 66).
Acaso – casualidade (azar) Viracocha concilia opostos – ordem e desordem – que podem se alternar entre uma boa colheita de milho, mas também só “erva-daninha”. A cruz – ordem cósmica – Tunupa, para quem se pede colheita de maiz.
As categorias do Yamqui, representadas numa mandala, evidencia o significado da posição de cada elemento gráfico. Olhando o desenho, as imagens se organizam na forma de um calendário (p. 72). Diz Kusch que esse esquema tem origem antiga na sabedoria indígena, mas que constitui uma continuidade ainda presente na América, relembrando algumas situações em que este tipo de saber aparece.
Viracochaimo]intelectuais do império inca = intelectualizam antigas crenças numa cosmogonia amauta. Um mundo conceitual para pensar dentro da lógica indígena. Releitura das narrativas antigas.
Viracocha = deus dual, dono dos quatro elementos. Heróis gêmeos: um da abundância passiva, da colheita, como potência pura; outro, escassez (sentido pejorativo) – período da semeadura. O cosmos indígena se bifurca entre duas forças e disputa as forças do mundo. AMAUTA: cria calendário como mandala.
Ao perguntar onde estás? (dirigindo-se a deus) evidencia uma abstração das divindades (talvez para deixar a doutrina indígena compreensível – ou próxima – a cristã.
Os hinos]onde aparece a concretização, o visível, o tocável das divindades. Para chegar à iluminação, estado de sabedoria (fusão dos opostos) = o jejum ]domínio cósmico.
A cruz indígena (p.91) identificação, fagocitação com deus. Caos e Ordem = luta trasnfigurada na explicação religiosa (p. 94). TUDO ISSO PEDRIA SER VISTO NUM PLANO FILOSÓFICO OCIDENTAL ]a angústia diante da morte (97). No entanto, no pensamento indígena é a IRA ]causalidade por germinação
O mero estar
Adoratórios = resíduos da fé, em Cuzco, centro germinativo do mundo inca. Adoratórios organizados em uma estrutura mandáliza.
Calendário = a própria cosmologia
O sujeito que recebe é um sujeito passivo, imóvel – ESTAR AÍ
p. 109 = Atingir a abundância / evitar a escassez. Eis o problema.
Angustia diante da incerteza que não resolvia-se com a ação, mas com um mero estar, com a forte identificação com o ambiente.
Ser e estar p. 110. CONTEMPLAÇÃO (p. 112) sujeito afetado pelas quatro zonas do mundo
O circular, o mandálico ]Ira divina ou natureza (p. 113)
Diferenças entre indígenas e ocidentais (p. 114)
Indígena ]mero estar, dispor-se ao mundo
O mesmo medo original, porém soluções diferentes = o ocidental ]cidade; o indígena ]a magia
(p. 118) Resumo da cultura quíchua
Deus ocidental é um deus MORAL. Por que o indígena não é moral
P. 121, 122 = sujo e fedorento tem aí a explicação filosófica. De como o ocidental se limpou de todas as situações humanas.
Libro II – LOS OBJETOS (p.125)
Os mercadores = esforço em ser alguém (qualidade essencial do ocidente) para não se deixar afetar pelo passado. A Europa também teve seu mero estar, no cristianismo antigo, de Moisés, do deserto, da casualidade, da ira divina. O ingresso na cidade e a invenção de um deus (Jesus Cristo) bondoso e compreensivo é a base para a criação de uma humanidade cidadã e limpa. O ser alguém é a base para a criação da burguesia intelectual (p. 129). A ira do homem, Roma amuralhada, provê materialmente os homens diante da ira. A polis, recinto fechado para o homem se refugiar em sua humanidade, porém, contraditoriamente, se subtrai do homem cidadão uma porção importante de humanidade (p. 131).
No âmbito da cidade se cria um mundo próprio: casas, técnica, polícia e objetos, em oposição ao outro mundo, deixado para trás. A cidade para alcançar a razão e escamotear a ira divina, o mero estar.
O mercador ] progresso ilimitado, extremo da razão. Confundiu-se com a ira divina, pois tinha o poder de criar um mundo (p. 136). Assume o ser, explicado por Descartes e Kant: assim nasce o ocidente = ser alguém inteligente.
Ser alguém ] “Deus criou o mundo e o homem criou a cidade” (P. 139) = cidade, cidadania, bom cidadão, moral (p. 140) o bem e o mal ]a moralidade = os objetos preenchem o vazio obtido moralmente = o consumo. Cidadania = a liberdade como direito de votar ou de comercializar; nunca como salvação interior (p. 142). Implicações: a passagem de “mero estar” medieval, para um “ser alguém” da cidade moderna.
O pátio dos objetos ]o feminino (medieval) suplantado pelo masculino que penetra o mundo = medidas exatas, o triunfo do comércio, a cidade que vai se convertendo em pátio – lugar para conviver - dos objetos.
Objetos e utensílios ] utensílio (coisa útil) expressa o homem frente ao mundo (p. 149) e difere do objeto (ser à mão), a técnica, especialmente quando se alia a agressão, invasão do espaço – forma de simular o medo (p. 151).
História ] relato do homem que está só, sem deus e sem mundo (p. 152). Relato dos objetos, cujo homem é visto como um. Na há sentido separar história e pré-história, a não ser quando aquela se assenta como criação da cidade moderna. A história é muito resumida, só olha a cultura dinâmica urbana. Uma possibilidade: olhar a grande história (comunidades), ou seja, a história do universo e a pequena história (indivíduos), como relato puramente humano (p. 153). Seria a não separação homem-cultura-natureza. Grande história (das massas populares), representa o mero estar, no sentido do estar aqui do indígena (p. 157); pequena história (das elites) |(p. 156). Ser e estar = viracochismo = sentidos para entender a pequena e a grande história (p. 159).
Ser alguém ]A angústia do ocidente, o medo do devir – que extingue o ser o que não dá uma certeza ao ser (p. 160). O medo que não enfrenta a ira divina. Porém, o americano, que é ser, mas também o mero estar terá que encontrar o seu caminho. No entanto, a experiência européia e americana tem o mesmo ponto de partida, considerando a grande história (p. 164). Profetas do medo = Colombo, Pizarro, San Martin, Belgrano = buscam a parte do ser – para ser alguém, mas também porque se sentem inquietos diante do mero estar americano.
A história do descobrimento (Colombo) e da conquista (Pizarro) da America tem outra versão em Kusch = os profetas do medo. A Espanha, situada no “resíduo histórico”, produz a conquista (p. 169). Os imigrante da América do norte souberam disfarçar seu medo = voltaram-se aos objetos, herdam a dinâmica e se respaldam na técnica e na cidade para a nova experiência. Aprofundam cada vez mais o ser alguém. Em contrapartida, a América do Sul deixa transparecer o mero estar, mesmo que a simulação e o orgulho escondam a miséria do nosso mero estar (p. 176).
Mas com o medo, na América do Sul, ocorre a fagocitação.
LIBRO III
Impossibilidade de sermos totalmente ocidentais (180), mas ao mesmo tempo ater-se ao litoral – de costas para o interior da América. Assim são fundadas as grandes cidades, onde se criou o afã competitivo de ser alguém (184). O afã de imitar Inglaterra e Estados Unidos ]seguir as trilhas da dinâmica ocidental; baseada no indivíduo como fundamento da sociedade (185); indústria, desenvolvimento, progresso.
Costa e Serra ]distanciamento entre o ser (livre concorrência) e o estar (passividade de uma cultura indígena) (p. 187-188). Porém, mesmo na cidade, mesmo na vida cosmopolita do ser alguém, subjaz o mero estar, visível na forte indigenização do Peru, por exemplo. (189).
Mas é importante saber que o indígena vive um estado de plenitude cultural (190); vive sua grande história, comprometido com o aqui e agora (191). Cidades “limpas”, sitiadas pelo mero estar (193). O mero estar tem uma consistência vital mais forte que o ser além, pois está em consonância com a América: o ser fagocitado pelo estar. Ver como ocorre essa “dialética”. (195).
O que é a fagocitação ]opera na inconsciência social (197). O ser quer impor a ordem, a limpeza; o estar sabe viver o equilíbrio entre ordem e desordem, por isso o fedor, a sujeira da desordem, do caos, da ira divina. A cultura ocidental pretende que tudo seja ordem. Por não ter suas raízes na vida, na grande história que considera a ordem e o caos, o ser alguém é fagocitável (mais frágil que o estar ameríndio (202).
Então a criação de fábrica de objetos (208). Compreende-se assim a angústia descrita por Heidegger ] descreve a vida inautêntica e deixa antever o desejo de uma vida autêntica. E o estar ensina que o ser não é durável – é apenas a pequena história (209). A grande história = utensílios; a pequena história = objetos.
Sabedoria da América ]esconde sua subjetividade numa pseudo objetividade. O índio também é transformado em objeto pela etnografia (p. 216). Uma filosofia de vida baseada no quefazer diário do povo (221).
O mero estar para o fruto ]a dificuldade das abstrações; a interioridade. Por isso o jejum, como forma de encontrar o seu interior, a busca da força dentro de si (234); sentir a dimensão exata da interioridade (235). Bem vinda a magia!!! A crença no deus e no diabo, na ordem e no caos. Diante da angústia da morte o pátio de objetos = “O pátio dos objetos serve precisamente para dar solidez de coisa a vida, para convertê-la em máquina de prazer” (238).
O caminho interior ]ordem interior = decorrente do equilíbrio entre o caos e ordem
Fedor e Sabedoria ]América supõe a tarefa de ser humano e haver feito um limite com o caos e com as coisas para buscar um caminho interior; caminho da verdade primeira (253). O fedor se dá como um retorno à interioridade.
domingo, 29 de maio de 2011
ORURO, KUSCH, EVO y LA ESENCIA DE AMÉRICA
ORURO, KUSCH, EVO y LA ESENCIA DE AMÉRICA
Por PABLO CINGOLANI
Desde La Paz, Bolivia
Especial para “Los Caniches de Perón”Ya Carlos Montenegro lo había sintetizado de manera magistral en su obra Nacionalismo y Coloniaje. O vemos las cosas bajo la óptica oscura, distorsionada y sesgada del colonialismo que nos imponen desde afuera o las vemos a la luz liberadora de la patria, de nuestra propia mirada, arraigada en nuestra historia, nuestra gente y nuestra tierra. Eso sucede con el escenario inicial de nuestra historia: la ciudad de Oruro.
Es un lugar común oír decir (y los “lugares comunes” son la parte más preciada de la lacra cultural que representa la imposición foránea) que Oruro es una urbe gris, triste, casi muerta (en verdad, la relocalización minera neoliberal de los ochenta, casi lo logra) y que sólo revive los días de carnaval, cuando se realiza su “fastuosa” entrada folklórica que hasta fue declarada patrimonio de la humanidad por los señores de la UNESCO, y que convoca cada año a decenas de miles de bailarines y visitantes de toda Bolivia y el mundo entero.Es indudable que una manifestación cultural como el Carnaval orureño, que desborda y contagia una energía cultural poco usual en estos tiempos de uniformidad televisiva impuesta por la globalización norteamericana, no sólo merece la honra patrimonial y representa de manera entusiasta a la ciudad enclavada en el altiplano, pero si vemos a Oruro iluminada desde la necesidad de fortalecer una cultura nacional, una cultura nacional que ayude a realizar nuestra vida en tanto hombres y mujeres dignos, desde esa perspectiva que debemos asumir incluso y sobre todo porque nos hallamos embarcados en un proceso de cambio que ha sido bautizado como “Revolución Democrática y Cultural”, Oruro, la amable ciudad donde vive mi amigo del alma Ricardo Solís; Oruro, la capital y todo el departamento que lleva el mismo nombre, son muchas otras cosas más. Veamos.
No recuerdo bien la fecha, tal vez el año 2003 o el 2004. Gracias a una invitación que recibí del entrañable maestro que es don Rolando Costa Arduz, un día ―una tarde en un departamentito, despojado y frío, en Sopocachi, ciudad de La Paz , para ser más precisos― conversamos largas horas hondamente con don Héctor Borda Leaño, poeta de toda una vida, hombre de izquierda pero, por sobre todo, un amador de Oruro, su tierra natal, y de sus tradiciones y expresiones culturales.
Estuve allí con una misión poco piadosa frente a un hombre que cargaba ya los achaques de la edad: remover cenizas, a ver si encendíamos un fueguito que parecía olvidado. Se trataba de memoriar esos años briosos de finales de la década del sesenta y de la Universidad Técnica de Oruro. Sabía, por referencias bibliográficas y porque algo me había contado Florencia, que la UTO de entonces había albergado en su seno a su padre, el filósofo y profesor argentino Rodolfo Kusch. Rolando, acuciado por el recuerdo de alguien a quien trató vagamente en alguna de sus estancias en la hoyada, me instó a conversar con Borda, para salirnos de dudas, “porque él sabe todo sobre Oruro”. Don Héctor, sorprendido y agradecido por lo inusual de la visita, se despachó largo rato contándonos sus recuerdos, refiriéndose no sólo a Kusch,[1] sino a Vacarezza, a De la Quintana : a los hombres y mujeres que convirtieron a la UTO de los sesenta en una trinchera donde se revalorizaba y se defendía como una herramienta de liberación social a la cultura popular y la filosofía indígena americana.Luego vino el anticlímax (sentir la verdad en términos de existencia incluye lo peor, anotó Kusch) y el gran Borda Leaño se derrumbó en la nostalgia y en la amargura de haber estado exiliado en Suecia más de dos décadas, consecuencia de la persecución política. Habló pestes de Estocolmo, del clima, de la comida, de los suecos, incluso de las suecas, de todo: aborrecía, una y otra vez, haber permanecido tanto tiempo lejos de su tierra. Me hizo prometer que nunca me iría de los Andes, de Bolivia, de América.[2] La mística de ser sudamericano inundó la sala y nos abrazó a todos los presentes.
De eso, de la mística y de la esencia de América, hablaba Kusch en las aulas orureñas. Había nacido en Buenos Aires en 1922 y ya había escrito y publicado un vendaval de libros. Libros que tenían que ver con su hallazgo, sus pasos y sus pesquisas en los Andes. De ahí que la presencia de Kusch en Oruro no era casual. Tenía amigos, varios, y ellos lo invitaron, entre 1967 y 1970, a que dictara cursos sobre filosofía y pensamiento indígena en la UTO.
La convergencia en la reivindicación de lo nuestro ―en la recuperación del sentir y vivir la esencia americana― entre el argentino y un grupo de pensadores e investigadores orureños[3] tampoco era casual. Las Jornadas de Abril y la Revolución Nacional en Bolivia, el 17 de octubre y el peronismo en Argentina, habían marcado un camino de acercamiento al pueblo para muchos intelectuales. Aquí en Bolivia, queda por estudiar más a fondo esos años y cómo se muestran como un puente entre el nacionalismo revolucionario de los años cincuenta y el resurgimiento del indianismo y el katarismo en la década de los setenta, frente a la crisis del MNR y la irrupción brutal del militarismo pro yanqui, cuando ya fueron los propios indios los que volvieron a alzar la bandera de la igualdad entre los pueblos, sin racismo ni exclusiones.
Quedan por indagar esos años cuando a Oruro se la valoraba como “una especie de centro de Sudamérica”, porque allí se entrecruzan los espacios geoculturales aymara y quechua, y ambos con el modelo occidental. Debieron ser momentos cargados de un magnetismo especial los vividos allí. De florecimiento. Un dato que me estremece, por la casi sincronía, es que el primer curso de filosofía indígena dictado por Kusch en Oruro fue clausurado el 6 de octubre de 1967. Dos días después, en una quebrada de monte seco, al otro lado de Bolivia, el Che caía prisionero de los militares y de los yanquis. Al otro día, lo asesinarían.
Volvamos a Oruro, pero esta vez al Oruro profundo, al de las comunidades indígenas que estudiaban Kusch y los otros. Algunos años atrás, el 26 de octubre de 1959, había nacido otro bebé en la familia Morales-Ayma de la comunidad Isallavi, del ayllu Sullka, del cantón Orinoca, de la provincia Sud Carangas. Lo llamaron Juan Evo. Escribí tres años atrás:“¡Sarjam karisiri! (¡Vete karisiri!) ―habrá dicho el pequeño Evo en las gélidas noches de Isallavi. Orinoca ―según el historiador Antonio Paredes Candia― era famosa por la existencia de un devorador de grasa humana, de un karisiri.
Situada en el corazón del gran señorío aymara de los Karangas, Orinoca y sus ayllus es altiplano andino puro y duro. Las tradiciones de la cultura andina siguen conviviendo con el rigor de una existencia dramática y severa. Evo tuvo siete hermanos de los cuales solamente sobrevivieron tres. ¿Qué soñaría el niño que caminaba junto a su padre Dionisio arreando de vuelta las llamas cargadas de maíz que habían llevado hasta el valle en busca de alimento para todos los habitantes de su comunidad, que de otra manera se hubieran muerto de hambre? ¿Qué soñaría mientras caminaba y caminaba rumbo a Orinoca recogiendo y chupando las cáscaras de naranja que los pasajeros de los buses arrojaban a la carretera a la altura de Confital? ¿Soñaba con ser Presidente de la República? ¿O soñaría con el karisiri? ¿Qué soñaría tras que su madre María le sirviera su plato preferido, una “lawita de jankakipa” (una sopa hecha en base a maíz), una comida tradicional de las comunidades indígenas del altiplano central? ¿Con la presidencia o con el karisiri?”[4]
Estoy seguro que el niño Evo soñaba con el karisiri. Pero, desde hace tres años, es el primer presidente indígena de la historia de Bolivia. Y encabeza la llamada “Revolución Democrática y Cultural” que hoy está de cumpleaños. El contrapunto se vuelve inevitable:
“Si esto que hemos estudiado como Filosofía Indígena no lo retomamos a nivel de comunidades y no tratamos de llevarla a fondo, todo lo que hemos estudiado no pasa de ser un juego inventado por intelectuales ociosos…” ―las palabras de despedida de Kusch al curso orureño, cuarenta años atrás, se tiñen de inexcusable profecía: “Si yo dijera ahora que el estilo de vida en América me parece que está en el estilo de vida del campesino de Carangas pueden ocurrir dos cosas: unos se reirán y otros creerán en lo que acabo de decir. Pero les advierto que el que se ríe de esta afirmación lo hace por cobardía. Porque suponer (…) que ese campesino que se ve cuando uno se interna con el camión en Carangas, que ese tiene el secreto del sentir de la vida en América, implica asumir un margen de responsabilidad que muy pocos quieren asumir. Es que tenemos que ser sinceros: somos profundamente cobardes para emprender una empresa tan grande…”. El profesor se exalta, se inspira y agrega: “Saber de un camino de esta índole (…) trasciende a nuestros hijos y a nuestros nietos. Es la época de una nacionalidad. Digo más, es la mística de ser boliviano, pero sin patrioterismos gratuitos e ingenuos, ni esquemas prefabricados, sino desde las raíces mismas del campesinado… Significa, ante todo, una misión y una mística que Sudamérica está esperando de ustedes. Yo mismo estaré esperando en esa Buenos Aires llena de timbres eléctricos, coches último modelo, con su sinnúmero de calles empedradas, con sus cartelones eléctricos, ahí mismo estaré esperando ese mensaje que ustedes están obligados a dar a Sudamérica”.[5]
Algo ha cambiado y la profecía se cumplió: Evo es el mensaje.Más allá de acaloramientos políticos coyunturales, en la búsqueda de esa esencia americana, de esa cultura nacional que oxigene la vida y no la asfixie como lo hace el colonialismo, Evo es el mensaje.
En Sudamérica, es preciso asumir lo indígena. Si no queremos terminar viviendo en un museo o en un decorado agringado de película barata, el sentido de la vida de cada uno de los bolivianos, de los argentinos, de los sudamericanos, pasa por ahí: por reafirmar y/o entender y asumir lo indígena, lo popular, lo nuestro, lo que nos vuelve singulares y, a la vez, universales. Entender también que hoy el indígena en muchos países del continente sigue siendo pisoteado, hacinado, humillado, despojado de la tierra, arrinconado en los márgenes de la gran ciudad, porque para las autoridades siguen sin existir como tales. Y esto, claro, hay que luchar para cambiarlo.
Una anotación imprescindible para acabar este texto: en febrero de 1970, cumpliendo lo proclamado en sus discursos académicos, campesinos del distrito de Challavito, Provincia Saucarí, Departamento de Oruro, concluyen como alumnos otro de los cursos dictado por Kusch en las aulas de la UTO. “No debe existir en los anales de la historia cultural de nuestro país otro caso insólito como el presente” dijo Jorge Calvimontes con referencia al mismo, en las páginas del periódico La Patria de la ciudad altiplánica.[6] Hoy, en una Bolivia que fecunda, lo insólito se ha vuelto cotidiano e irreversible.
Río Abajo, 22 de enero de 2008
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